Lembro de uma amiga de trabalho quando conheceu o príncipe de sua vida, já faz um tempo. Ela o chamava de príncipe mesmo, suspirava por ele a todo tempo. E a cada dificuldade que os dois superavam para continuarem juntos, barreiras geográficas, aceitação da família, etc, a história dos dois se aproximava realmente de um conto de fadas. Particularmente, acho linda a história dos dois, que atualmente estão juntos e felizes. Mas houve o momento em que o príncipe deixou de ser príncipe. Ela passou a chamá-lo pelo nome. Eles tiveram uma crise, foi difícil, e eles souberam enfrentar.
Cito essa linda história, pois ali consigo ver claramente a construção de expectativas e a necessidade de geri-las em certo momento, conforme a relação amadureceu – modificar conceitos, descobrir que há momento para falar e momento para calar, aprender a viver a dois.
No relacionamento criamos expectativas a todo momento, mas precisamos ter em mente de que estas podem se concretizar ou não, desde fatores mais simples até outros mais complexos.
Certa vez, meu noivo preparou um super jantar surpresa para mim, romântico e tudo mais. Mas nesse exato dia, eu chamei duas amigas para um happy hour, e fomos todos surpreendidos, eu, minhas amigas e meu noivo. Levamos na esportiva, no fim das contas.
Há outras expectativas, no entanto, que são mais difíceis de superar a quebra. A fidelidade, o carinho, o sexo, questões financeiras, e até mesmo afazeres da casa. Claro que isso varia muito, cada um tem um nível distinto de expectativa em relação a casa aspecto. Por isso o diálogo é importante em todo momento.
(Quando eu me refiro a diálogo, considerar verbal e não verbal)
A frustração ou um conjuntos de frustrações é um fator gerador de crises no relacionamento. “Eu não pensei que seria dessa forma”. E muitas vezes não pensamos mesmo, pois idealizamos, esperamos, sonhamos, queremos sempre o melhor dentro de nossos próprios conceitos, mas nos preparamos pouco para lidar com as diferenças de maneira racional e objetiva.
Grande parte dos casais que procura terapia de casal se sente distante de seu parceiro, e até mesmo passam por desentendimentos e brigas ocasionadas por expectativas frustradas, que passam a comprometer a escuta do outro, o diálogo, e entram na rotina.
Dentre as missões do terapeuta nesses casos, é fortalecer a comunicação, promover o autoconhecimento e o conhecimento do outro, e balancear expectativa e realidade. Com esses fatores melhor alinhados, o casal passa a ter mais clareza para a tomada de suas decisões no que tange a convivência diária.
Há, ainda, outros fatores a serem considerados, como a expectativa social e familiar a respeito da relação conjugal. Este talvez seja um fator ainda mais relevante do que o citado até então, e mais difícil de transpor.
O conceito familiar foi construído ao longo dos anos, e não é incomum encontrarmos pessoas que sofrem com as dificuldade de enquadrar um padrão de vida pós moderno ao conceito tradicional de família, em que a mulher está no mercado de trabalho, sendo às vezes a principal provedora do lar, o cuidado com os filhos é terceirizado, etc.
Encontrando todos esses desafios, os casais enfrentam dificuldades em lidar sozinhos com esses desafios. A terapia de casal é um lugar interessante para analisar tantas variáveis, e encontrar uma forma saudável de enfrentar as crises do relacionamento.
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