“Gosto tanto de conversar, sou quase psicóloga”
Todas as vezes que escuto alguém dizer, sorrio educadamente e aceno com a cabeça. Já tive minha fase de querer mostrar que a pessoa estava errada, mas isso não costuma levar a lugar nenhum.
A psicologia é uma profissão muito recente no Brasil, sendo regulamentada em 1962 – um dia desses – tendo quase a idade dos meus pais. Sou praticamente da segunda geração de psicólogos no país. Portanto, ainda pouco se conhece sobre a atuação do profissional.
Independente da área, foco, ou local de atuação, o psicólogo sempre irá trabalhar com o set humano considerando-o como ser múltiplo que é, com um passado, um presente e um futuro, e relacionamentos dos mais diversos que o atravessam.
- Saúde e qualidade de vida: o profissional atua para promover saúde, prevenir recaídas e trabalhar para que o cliente melhore sua qualidade de vida, ainda que conviva com psicopatologias (alcoolismo, depressão, transtornos de ansiedade, transtornos de humor, etc).
- Performance: atuação visando otimizar as potencialidades da pessoa, em qualquer área da vida – melhoria nos relacionamentos pessoais e profissionais, área esportiva e preparação de atletas, otimização do potencial, ganhos de resultado.
- Educação: orientação profissional para adolescentes e adultos, problemas de aprendizagem, etc.
- Psicoterapia para casais: atuação com casais para identificação de meios de superar crises conjugais, sendo o objetivo de ambos a manutenção do relacionamento.
- Organizacional: intervenções em âmbito corporativo-institucional.
Diversos outros profissionais também atuam nas áreas acima citadas, como assistentes sociais, administradores, padres e pastores. Contudo, o diferencial do psicólogo é sua escuta e análise, sendo essa as ferramentas mais poderosas desse profissional, respeitar alteridade, estar junto, promover incômodos e análises, sabendo a hora de falar e calar. Potência de vida.
Essa ferramenta que o psicólogo carrega demanda preparação e análise, uma trajetória de formação que inicia na graduação, mas que não finda. Outros profissionais podem utilizar a ferramenta do psicólogo, mas não com a mesma abordagem e objetivo – cada um tem sua importância e resultado. O psicólogo não vem substituir outros olhares, mas complementar no que diz respeito a psique.
A psicologia é uma profissão regulamentada, e os profissionais são submetidos a um conselho federal com normas e regras, além de um Código de Ética que regula a atuação prática.