Amor: cuidar do relacionamento com os filhos

Um elemento fundamental relacionado ao amor dos pais pelo filhos é o cuidado do relacionamento com eles. O amor sem esse relacionamento não passaria de algo abstrato.

Tenho contato (profissional e pessoal) com pais empenhados em der o melhor para seus filhos, mas esse melhor não é tangível.

Quando eu ouço a expressão “o melhor para meus filhos”, eu penso em atividades extracurriculares que trabalhem sucesso e fracasso, educação de qualidade, atividades de lazer, cursos de idiomas, etc. Isso está ligado ao meu conjunto de crenças e valores, que é diferente do seu conjunto de crenças e valores.

Portanto, se alguém me procura para ajudar no relacionamento com os filhos, ou para ajudar aos filhos de alguma forma, não cabe a mim impor o que eu acredito, mas ter a escuta do que esses pais trazem de demanda, respeitar o conjunto de crenças e valores do outro, e trabalhar para alcançar o que o cliente espera que seja “o melhor” para seus filhos.

Crenças e valores familiares

Há algumas semanas estava conversando com minha prima que, mãe recente, estava angustiada, pois passou a alimentar seu bebê de quatro meses com NAN à noite (sem interromper o aleitamento materno nos outros momentos), pois seu bebê dormia melhor e ficava mais ligada durante o dia.

Os médicos contra-indicam o que ela fez. O pediatra do bebê a proibiu de fazer isso. Mas ela percebeu uma melhoria na qualidade do sono do bebê e no dela própria, e isso melhorou o relacionamento dos dois (a própria paciência, que estava abalada pelas inúmeras vezes em que precisava acordar a noite para amamentar, a irritação provocada por aquele choro de fome, etc). Além disso, os programas globais mexem muito com a mãe que vê algo no Bem Estar, algo diferente no Fantástico, e ela estava muito preocupara em não ser uma boa mãe.

O que falei para a minha prima foi o que falo para todos os pais que percebo estarem com essa mesma preocupação.

ht_sam_griner_dad_now_02_jef_150413_4x3_992Estabeleça seu conjunto de crenças e valores, e siga o que acredita ser o melhor para o seu filho e para o seu relacionamento familiar. Isso é amor.

Se eu amo meu filho, eu vou passar a ele o que eu acredito conduzi-lo ao melhor caminho. A família que é cristã, acredita que seguir os ensinamentos de Jesus Cristo é o que levará a pessoa a ser salva, portanto, ensina e conduz seus filhos desde criança a seguirem por esse caminho.

Ressalto aqui que não estou dizendo que os pais devem fazer o que querem, mas que devem seguir como acreditam ser o melhor para seus filhos, em uma relação ética, ou seja, que não cause prejuízos, que produza potência naquelas vidas.

Limites e responsabilidades

Apresentar aos filhos os seus limites e responsabilidades faz parte do relacionamento, e deve ser feito, ainda que seja um dos exercícios mais complexos para os pais.

parentsEmbora acreditemos que esses limites e responsabilidades sejam implícitos, faz parte da construção de um relacionamento que os pais verbalizem e vivam esse estabelecimento de limites e responsabilidades, e isso desde a infância. Os códigos sociais devem ser passados aos filhos, o que pode, o que não pode, o que deve, e devem ser reforçados no cotidiano, e ajustados conforme a idade e a necessidade de adaptações. Também é interessante que seja expresso o porquê das normas sejam diferentes para um filho e outro, e para os pais – as crianças tentem a começar a perceber essa diferença por volta de seis anos, e acham injusto, o que pode representar uma barreira no relacionamento.

As crianças desenvolvem a percepção da linguagem verbal e da linguagem não verbal desde bebês, aprendem a “ler” expressões faciais e corporais. Para se ter uma ideia, o bebê aprende o que é “não”, quando os pais estão repreendendo um comportamento indesejado, primeiro pela expressão facial, e bem depois pelo som da palavra emitida.

Quando a criança começa a frequentar outros ambientes sociais, como escola, igreja, clube, os pais também precisam informar das normas desses outros ambientes, e cobrar que sejam respeitadas, mostrando inclusive a diferença do ambiente de casa e desses outros.

O diálogo é a base, e é necessário coerência e transparência para impor os limites e responsabilidades mantendo um relacionamento de confiança.

Quando o diálogo vem incoerente, a criança não assimila, ou a depender da idade, simplesmente desconsidera como sendo uma verdade para ela. Em muitas das situações em que os pais reproduzem o discurso “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço”, a confiança fica estremecida, comprometendo o relacionamento.

Aprender com os filhos

l3_parents-caregiversUm dia desses, em um curso que participei, o professor disse algo muito sábio e que replico em todos os meus encontros com pais. Quando um filho nasce, nasce também a mãe, e completo que nasce também um pai.

Como pais e mães, a primeira referência que que as pessoas buscam são os próprios pais e mães, seja como exemplo positivo ou negativo. Concordo que essa referência é essencial, pois fala do primeiro contato com o mundo e da própria constituição de valores.

No entanto, uma fonte de aprendizado sem igual, e que é por muitos esquecida, é o próprio filho, que talvez devesse ocupar a posição de principal mestre. Não é seu pai ou sua mãe quem vai te ensinar a trocar fraldas, é seu filho – ele irá te mostrar qual a posição mais confortável para ele, qual o melhor momento para trocá-lo, quais as expressões de quando o bebê está gostando ou não, e se virá mais “caca” segundos antes de colar as  abas na nova fralda.

Valorização

Como falei em um post anterior, é importante que os pais valorizem as conquistas dos filhos, mas acrescento que também é importante valorizar as características e opiniões.

Cada um desenvolve traços próprios desde a infância, e a diferença pode incomodar os pais, que às vezes optam por reprimir isso. Mas trata da formação da identidade, então é importante que esses traços que os filhos vão formando sejam valorizados e desenvolvidos.

Portanto…

Cuidar do relacionamento é fundamental para o relacionamento entre pais e filhos.

A mídia “vende” manuais e passo a passo de como ter uma vida feliz, como oferecer ao seu filho uma vida feliz, e esses manuais dizem coisas diferentes em momentos diferentes. Eles querem vender jornal. Utilize as informações que julgar positivas, mas deixe que seu conjunto de crenças e valores seja utilizado de forma ética para guiar no melhor caminho possível para a educação de sua criança.

Dialogue, seja coerente, e dê “o melhor” ao seu filho. Relacionamento não nasce no parto, mas é construído no cotidiano, é passivo de falhas mas pode ser restabelecido.

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