Retorno

Confesso, o uso facilitado e interativo do Instagram me deixou preguiçosa em relação à utilização deste espaço de escrita. Naquela rede social, escrevo muito referente ao meu trabalho, mas há muito de mim além do meu olhar profissional. Pensei trazer um tanto disso também para cá. As poesias e narrativas guardadas nas gavetas do escritório logo aparecerão por aqui.

Há mais de um ano não publico nenhum texto por aqui, e tenho certeza que muito do que trago por aqui já não tem mais sentido a mim – até mesmo a foto, que troquei pouco antes de iniciar este texto, e a biografia, que acabei de revisar.

Optei não enviar as publicações anteriores para arquivo e recomeçar, pois meus textos anteriores contam da minha história, e trazem quanto mudei e como me desenvolvi nesse último ano. Além disso, talvez os textos anteriores façam sentido para alguém que, porventura, apareça aqui para me ler.

Era para eu estar estudando neste momento, para uma aula hoje à tarde. Mas a escrita me convoca. Ela me chama como um grito urgente. E cá estou: a mulher negra, a metida a atleta, a escritora, a sensível, a curiosa, a estudiosa, a leitora, a yogin, e até mesmo a preguiçosa que conheci durante a pandemia do COVID-19 (um lado meu até então oculto). A psicóloga também aparecerá muito, claro!

Como novidade, aparecerá a acadêmica para escrever por aqui de vez em quando. Foram muitos anos negando este lugar, sem me conceder permissão de retornar à academia. Desde 2010, quando me formei, quis me encontrar com pessoas e campos de trabalho. Fiz três pós graduações em áreas diferentes (uma eu não terminei), viajei à trabalho, atuei em diferentes áreas.

O sonho do mestrado foi esmaecendo entre tantas experiências interessantes, até minha primeira tentativa de entrar para o programa de mestrado, em 2017. Minha falta de disponibilidade foi importante para minha não aprovação neste momento. Em 2019, muito mais madura e me dedicando exclusivamente à psicologia clínica, participei novamente do processo seletivo, e fui aprovada.

Aprendi que “falar difícil”, usar termos acadêmicos, entrar em debates calorosos e fazer leitura de eventos cotidianos que tenham interface com minha área tem seu lugar, e não é soberba assumir que posso sim estar neste lugar – de pesquisadora, acadêmica e docente.

Também falo fácil, me expresso “rasgado”, uso gírias, choro, berro, abraço, invento palavras. Tudo tem seu momento, seu lugar. Aqui também é lugar.

Estou feliz em voltar, e virá comigo muito de mim por aqui.

(a foto vem de um print de uma sala virtual, pouco antes de um atendimento – devido a pandemia, minha imagem aos olhos dos outros tem sido assim)

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