Quando penso em valorização da vida, uma dúvida que pode pairar no imaginário coletivo é “Como fazer?”.

Tendo em vista o mês de setembro como campanha de prevenção ao suicídio, irei fazer uma série de postagens sobre a valorização da vida.

Ainda que não haja receitas e garantias de que uma pessoa desista de seguir em frente com a ideia suicida, estes elementos são de grande valia para valorização da vida e prevenção ao suicídio. Amparar, escutar, buscar ajuda, acolher, aproximar, valorizar a vida, respeitar a alteridade.

Ainda que o verbo escutar possa parecer banal, como algo involuntário par quem goza de uma boa audição, escuta NÃO é isso. É mais do que o exercício auditivo, e a audição pode ser uma via, mas não é requisito.

A escuta é a percepção do outro, sendo palavras ditas, não ditas, gestos, silêncios, ações, falta de ações, tom de voz, coerências e incoerências. Não é pouco!

O mundo faz muitos barulhos, e eventualmente é mais cômodo não ouvir ou não saber. Entretanto, quando se trata de valorização à vida, a escuta faz-se primordial.

A escuta é a percepção do outro partindo de si, do próprio conjunto de crenças e valores, o que pode trazer à tona estranhezas e divergências, especialmente quando a mensagem emitida pelo outro não faz sentido conforme seus conceitos. Pare por aí! Antes de começar a inferir sobre o certo e errado, bonito e feio, céu e inferno, lembre-se que estamos tratando da escuta, não de um sermão ou de uma palestra.

Pode haver diálogo na escuta, não necessariamente quem escuta deve permanecer em total silêncio. Aquele que escuta precisa dar voz ao outro, silenciar suas inquietudes e questionamentos internos para que o outro consiga se expressar.

Escutar é valorizar a vida.

Qualquer um pode exercer escuta, um amigo, colega, família, e até um desconhecido. Fale. Escute. Busque ajuda.

Não tem a quem recorrer? O CVV é uma organização com canais de comunicação em todo o Brasil, que está sempre pronta a escutar.